Qual a relação entre 5G no Brasil e IoT?

A tecnologia 5G ainda está dando seus primeiros passos mundo afora, mas já é considerada uma revolução em termos de internet móvel e todas as suas possibilidades. Alguns países como Estados Unidos, Japão, Alemanha e China já contam com este recurso, então é uma questão de tempo até que o 5G chegue ao Brasil – e os primeiros passos para adotar a novidade no país já foram dados.

Atualmente, o Brasil dispõe de conexão móvel 4G, que já foi um grande salto se comparada com seu antecessor. O 4G garantiu mais velocidade de download e transmissão de dados de qualquer lugar que estivermos, mas o 5G se supera. Além de ser ainda mais rápido, como já era de se esperar, essa tecnologia permitirá que vários objetos inteligentes se conectem à internet e utilizem os recursos de rede de qualquer lugar, e isso vai além do nosso smartphone. Carros, semáforos, drones, relógios e praticamente qualquer coisa pode se manter conectada.

Graças a esse avanço, teremos uma revolução na chamada Internet of Things (IoT), a Internet das Coisas, um conceito que representa uma rede de objetos que trocam dados constantemente através de uma conexão banda larga.

5G no Brasil

O governo brasileiro está dando os primeiros passos para implementação da tecnologia 5G no Brasil, com previsão de todas as capitais brasileiras contarem com este recurso até julho de 2022. Atualmente, já estão sendo realizados os preparativos para o leilão das frequências, onde será decidido qual operadora será responsável por aplicar a tecnologia no país.

O projeto do leilão já passou pela Anatel e pelo processo de revisão no Tribunal de Contas da União (TCU). Agora de volta com a Anatel, o próximo passo será realizar a votação do edital do leilão, essa que já tem data marcada: 18 de agosto. Se tudo for aprovado, a Anatel terá 12 dias para publicar as regras e mais cinco para ser aprovado pelo TCU, enfim liberando a realização do leilão.

Podendo acontecer ainda no segundo trimestre, as operadoras de telefonia poderão dar seus lances para adquirir as faixas de frequência que usarão em seu 5G. Se tudo der certo, os primeiros testes com a tecnologia podem começar até o final deste ano.

Qual a relação entre 5G e IoT?

A Internet das Coisas não é um conceito tão inédito assim, já que foi uma parte natural da evolução tecnológica conforme os dispositivos smart começaram a ganhar o mercado. De acordo com dados da Cisco System, em 2008 já existiam mais dispositivos conectados à internet do que seres humanos no planeta, então a partir disso muitas empresas do setor passaram a explorar melhor a conectividade das coisas.

A evolução da IoT foi surpreendentemente rápida, se levarmos em consideração que, a princípio, ela era utilizada somente para monitoramento de inventário e controle de estoque, principalmente por empresas de varejo que precisavam rastrear seus produtos em tempo real. Em pouco tempo a tecnologia smart dominou o mercado e, indo além de smartphones, também foi integrada em eletroeletrônicos e outros dispositivos que usamos no nosso dia a dia. Isso permitiu uma rápida expansão da IoT ao redor do globo.

Contudo, atualmente essa conectividade se limita mais a ambientes domésticos, onde contamos com uma conexão de internet de qualidade. O 5G é a tecnologia definitiva para mudar isso, já que sua velocidade consegue ser até 100 vezes melhor que a do 4G. A conexão média do 4G no Brasil fica na casa dos 19 Mbps, podendo chegar a até 100 Mbps em seu potencial máximo. Já o 5G tem uma conexão mínima de 1 Gbps, podendo alcançar até 10 Gbps.

É claro que, para atingir o potencial máximo da rede, é preciso garantir uma excelente cobertura no território, então nem sempre o 5G conseguirá garantir esses 10 Gbps. Ainda assim, em sua capacidade mínima ele já consegue ser 10 vezes melhor que o ápice do 4G, sendo mais que suficiente para garantir o bom funcionamento de qualquer dispositivo smart que possa estar conectado – não só de um, mas de centenas ou até milhares de aparelhos conectados simultaneamente.

Outro ponto importante do 5G é a diminuição da latência, ou seja, o tempo de resposta entre o aparelho e os servidores de rede. Mesmo com uma banda larga de centenas de Mbps, hoje ainda temos de lidar com alguns segundos de “delay” ao fazer uma busca na internet, assistir alguma coisa ou iniciar uma chamada de vídeo. Ainda que seja baixo, esse tempo de espera será ainda menor, caindo para uma fração de segundo.

A expectativa é que tecnologias revolucionárias sejam exploradas com este recurso, como a popularização dos carros autônomos (sem motoristas) nas ruas e a evolução da telemedicina, a chamada medicina à distância. É claro que muitas dessas novidades ainda estão em desenvolvimento e não darão as caras tão cedo, mas a implementação do 5G é o primeiro passo para torná-las possíveis em um futuro próximo.